!!!EU FUI!!! SLAYER - Circo Voador - RJ (06/09/06)
O Slayer, banda-referência do thrash metal e de suas fusões com o hardcore, que completa 25 anos, fez um show histórico na Fundição Progresso, no Rio, na quarta-feira, 06 de setembro.
Há oito anos a banda não tocava no Brasil. A última vez que se apresentou no País foi em 1998, no Monsters of Rock, no Ibirapuera, em São Paulo. Não tocava no Rio desde 94, quando dividiu o palco do extinto Imperator com o Suicidal Tendencies.
O grupo está em turnê de divulgação do novo álbum "Christ Illusion" (2006). Fez três shows no Brasil: Rio, São Paulo e em Belo Horizonte. Desde o lançamento de "Seasons In The Abyss" (1990) que o Slayer não lançava um disco com a formação original. O lendário baterista Dave Lombardo está de volta depois de mais de uma década afastado. Deu vida nova ao som da banda, que tinha como titular das baquetas Paul Bostaph, um bom batera, mas que não tem a pegada flexível, diferenciada e porrada de Lombardo. Quando o relógio bateu meia-noite em ponto, Tom Araya (vocal e baixo), Kerry King - com a clássica pulseira de pregos - e Jeff Hanneman (guitarras) e Lombardo entraram no palco de uma Fundição lotada, ansiosa e com muita fumaça no ar. Abriram o show com "Disciple", do álbum "God Hates Us All" (2001), e na sequência levaram "War Ensemble", do disco "Seasons...", para delírio do público, que, no gás, abriu um clarão de pogo; quem estava na frente foi literalmente jogado pela multidão para os lados.
O som que sai das paredes de Marshall, nove cubos de um lado, o de King, e nove do outro, no de Hanneman, criam uma atmosfera para Dave descer a mão na batera. O cara é sinistro mesmo, no melhor sentido da palavra. Aos 45 anos, magro e de boné pra trás, está tocando como nunca.Ao vivo, sente-se a pressão estimulada por cada virada nos três tontons - muito graves -, por cada quebrada no surdo e pratos, ou por cada seqüência de dois bumbos. O som bate no peito, fazendo a pele tremer, e, junto com os riffs e solos destruidores de guitarras, o baixo pesado e o vocal rasgado de Araya, faz o P.A. berrar sonoridades extremamente brutais.
À frente Tom, com um grande cavanhaque grisalho, destila vigor ao cantar e bater a cabeça sem parar. A galera, que lota o local, vai junto, berra, urra, canta, e, com os dedos pra cima, faz os clássicos chifrinhos do metal.Ao fundo do palco, compõe o cenário um banner enorme de um Cristo sem mãos, mutilado, figura que está na capa do novo disco. Com traços multiétnicos e fisionomia de luta, leva no peito, tatuado, um Cristo crucificado, curiosamente com a inscrição 'Jihad' - título de uma música de "Chist Illusion", que conta uma história da perspectiva de um terrorista - acima da imagem, em alusão à Jihad Islâmica, a "cruzada religiosa" entre ocidente e oriente. Do disco novo só levaram "Cult", que fala sobre guerras religiosas.
Através de sua música, o Slayer traduz a realidade sinistra e deplorável do mundo. Em 2006, século 21, as guerras ideológicas, religiosas, étnicas e "preventivas" continuam sendo uma terrível linguagem universal.Em uma hora e meia de show, a banda fez uma viagem que sintetiza uma época que começa em 1983, com o lançamento do álbum "Show No Mercy", passa pelos 90 e chega nos anos 2000. Tocaram vários clássicos, dentre eles, "Raining Blood", "Mandatory", "Seasons In The Abyss", "Postmortem", "Silent Scream" e "Dead Skin Mask".
No fim do set os slayers saem do palco, e dois minutos depois voltam com o riff de "South Of Heaven", numa dobradinha sinistra com "Angel Of Death", para fechar com chave de ouro.Foi um revival dos anos 80/90. Um show clássico, de uma puta banda de metal que sabe se reinventar e sobreviver.
Por Mariana Vitarelli
Foto: Pepe Brandão
Há oito anos a banda não tocava no Brasil. A última vez que se apresentou no País foi em 1998, no Monsters of Rock, no Ibirapuera, em São Paulo. Não tocava no Rio desde 94, quando dividiu o palco do extinto Imperator com o Suicidal Tendencies.
O grupo está em turnê de divulgação do novo álbum "Christ Illusion" (2006). Fez três shows no Brasil: Rio, São Paulo e em Belo Horizonte. Desde o lançamento de "Seasons In The Abyss" (1990) que o Slayer não lançava um disco com a formação original. O lendário baterista Dave Lombardo está de volta depois de mais de uma década afastado. Deu vida nova ao som da banda, que tinha como titular das baquetas Paul Bostaph, um bom batera, mas que não tem a pegada flexível, diferenciada e porrada de Lombardo. Quando o relógio bateu meia-noite em ponto, Tom Araya (vocal e baixo), Kerry King - com a clássica pulseira de pregos - e Jeff Hanneman (guitarras) e Lombardo entraram no palco de uma Fundição lotada, ansiosa e com muita fumaça no ar. Abriram o show com "Disciple", do álbum "God Hates Us All" (2001), e na sequência levaram "War Ensemble", do disco "Seasons...", para delírio do público, que, no gás, abriu um clarão de pogo; quem estava na frente foi literalmente jogado pela multidão para os lados.
O som que sai das paredes de Marshall, nove cubos de um lado, o de King, e nove do outro, no de Hanneman, criam uma atmosfera para Dave descer a mão na batera. O cara é sinistro mesmo, no melhor sentido da palavra. Aos 45 anos, magro e de boné pra trás, está tocando como nunca.Ao vivo, sente-se a pressão estimulada por cada virada nos três tontons - muito graves -, por cada quebrada no surdo e pratos, ou por cada seqüência de dois bumbos. O som bate no peito, fazendo a pele tremer, e, junto com os riffs e solos destruidores de guitarras, o baixo pesado e o vocal rasgado de Araya, faz o P.A. berrar sonoridades extremamente brutais.
À frente Tom, com um grande cavanhaque grisalho, destila vigor ao cantar e bater a cabeça sem parar. A galera, que lota o local, vai junto, berra, urra, canta, e, com os dedos pra cima, faz os clássicos chifrinhos do metal.Ao fundo do palco, compõe o cenário um banner enorme de um Cristo sem mãos, mutilado, figura que está na capa do novo disco. Com traços multiétnicos e fisionomia de luta, leva no peito, tatuado, um Cristo crucificado, curiosamente com a inscrição 'Jihad' - título de uma música de "Chist Illusion", que conta uma história da perspectiva de um terrorista - acima da imagem, em alusão à Jihad Islâmica, a "cruzada religiosa" entre ocidente e oriente. Do disco novo só levaram "Cult", que fala sobre guerras religiosas.
Através de sua música, o Slayer traduz a realidade sinistra e deplorável do mundo. Em 2006, século 21, as guerras ideológicas, religiosas, étnicas e "preventivas" continuam sendo uma terrível linguagem universal.Em uma hora e meia de show, a banda fez uma viagem que sintetiza uma época que começa em 1983, com o lançamento do álbum "Show No Mercy", passa pelos 90 e chega nos anos 2000. Tocaram vários clássicos, dentre eles, "Raining Blood", "Mandatory", "Seasons In The Abyss", "Postmortem", "Silent Scream" e "Dead Skin Mask".
No fim do set os slayers saem do palco, e dois minutos depois voltam com o riff de "South Of Heaven", numa dobradinha sinistra com "Angel Of Death", para fechar com chave de ouro.Foi um revival dos anos 80/90. Um show clássico, de uma puta banda de metal que sabe se reinventar e sobreviver.
Por Mariana Vitarelli
Foto: Pepe Brandão
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