LOS HERMANOS - Acabou???
É... mesmo para aqueles que já previam que isso fosse ocorrer um dia, foi uma surpresa. O Los Hermanos, uma das bandas mais legais que apareceram nos últimos anos, notificou ao público a sua separação.
O fato é, que ninguém ainda tem certeza do motivo real desta separação, e nem se ela será definitiva. Acredito eu, que nem a banda saiba dar essa resposta. A única certeza é que eles irão fazer dois shows de despedida nos dias 08 e 09 de junho na Fundição Progresso, Rio de Janeiro.
A banda informou que a separação foi amigável, e que com aquela típica ironia do quarteto, informaram que, inclusive, "eles ainda jogam truco todas as quintas-feiras".
O Los Hermanos foi formado no fim da década de 90 por estudantes universitários, e após algumas demos cultuadas, chegaram ao seu primeiro disco em 1999, homônimo. Mesmo com uma sonoridade atrativa, que misturava o hardcore à marchinhas de carnaval e poesias melancólicas, eles ficaram conhecidos pelo hit chiclete "Anna Julia". Música esta que mais tarde, a banda passaria a renegar em seus shows, como uma forma de tentar valorizar suas obras em um todo. O vídeo clipe de "Anna Julia" contava até com a atriz global, e tanto o vídeo quanto a música, foram executados exaustivamente durante todo o ano seguinte.
Foi mais ou menos nessa época que a banda começou a ter os primeiros problemas com a gravadora. Na escolha da segunda música de trabalho, a gravadora obrigou os rapazes a conceder a balada "primavera", e não, "quem sabe", sugerida pela banda, que acabou se tornando mais tarde o último hit deste primeiro disco.
Los Hermanos vendeu 2 milhões de cópias e a banda cumpriu uma agenda lotada de shows e especiais.
Em 2001, com o fim da gravadora Abril, e a incerteza que rondava o futuro, eles acabaram também demitindo Patrick e passaram a ser um quarteto. Foi a partir daí que Kassin, entrou na história do Los Hermanos. Ele gravou os baixos de Bloco do Eu Sozinho.
Produzido por Chico Neves, Bloco do Eu Sozinho é certamente o marco na história deste grupo. Foi com este disco que a banda trilhou o seu futuro. Ele foi o divisor de águas na carreira destes rapazes. Mesmo não agradando a gravadora, que esperava algo mais comercial, Bloco do Eu Sozinho é considerado para muitos, um dos melhores trabalhos da última década.
As agendas esvaziaram, as vendas encalharam, mas o respeito obtido com este trabalho foi de extrema importância para história da banda. E a partir deste, começou a existir o tal culto por parte dos fãs.
Isso fez com que a ansiedade para o próximo disco fosse tamanha, tanto por parte de crítica, como pelos fãs.
Ventura, lançado em 2003, superou todas as expectaticas. Considerado pela maioria dos fãs como o melhor disco da banda, este trabalho foi o responsável pela consolidação do grupo. O Los Hermanos passou a obter uma cultuada procura por seu nome. Todos os shows estavam lotados e seus fãs, tratavam a banda com um messianismo comparado por muitos, ao mesmo obtido na época da Legião Urbana. O disco foi produzido por Kassin, que acabaria ocultamente, se tornando o quinto hermano. Isso, lógico, sem falar no trio de metais.
O Sucesso da turnê foi tão grande, que eles resolveram lançar o primeiro DVD ao vivo da carreira. Gravado no Rio de Janeiro, o Cine Íris foi apertado para o público que lá esteve.
Respeitados por crítica e público e com uma legião de seguidores invejável, o Los Hermanos lançou o quarto disco da carreira sem nenhuma pressão nos ombros. 4(2005) é certamente o disco mais introspectivo da banda. E mesmo sendo muito bem aceito pela mídia, ele dividiu os fãs. Aqui a diferença entre Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante já estava explícita. O disco parece dividido em duas partes: As músicas de Camelo e as de Amarante, tamanha a diferença musical entre os dois. Mesmo assim foi disco de ouro.
Parecendo já advinhar o que aconteceria futuramente, uma coletânea da banda foi as lojas no fim do ano passado. A edição PERFIL Los Hermanos, traz um apanhado dos maiores sucessos do grupo no período entre 1999-2005.
DISCOGRAFIA COMENTADA
O fato é, que ninguém ainda tem certeza do motivo real desta separação, e nem se ela será definitiva. Acredito eu, que nem a banda saiba dar essa resposta. A única certeza é que eles irão fazer dois shows de despedida nos dias 08 e 09 de junho na Fundição Progresso, Rio de Janeiro.
A banda informou que a separação foi amigável, e que com aquela típica ironia do quarteto, informaram que, inclusive, "eles ainda jogam truco todas as quintas-feiras".
O Los Hermanos foi formado no fim da década de 90 por estudantes universitários, e após algumas demos cultuadas, chegaram ao seu primeiro disco em 1999, homônimo. Mesmo com uma sonoridade atrativa, que misturava o hardcore à marchinhas de carnaval e poesias melancólicas, eles ficaram conhecidos pelo hit chiclete "Anna Julia". Música esta que mais tarde, a banda passaria a renegar em seus shows, como uma forma de tentar valorizar suas obras em um todo. O vídeo clipe de "Anna Julia" contava até com a atriz global, e tanto o vídeo quanto a música, foram executados exaustivamente durante todo o ano seguinte.
Foi mais ou menos nessa época que a banda começou a ter os primeiros problemas com a gravadora. Na escolha da segunda música de trabalho, a gravadora obrigou os rapazes a conceder a balada "primavera", e não, "quem sabe", sugerida pela banda, que acabou se tornando mais tarde o último hit deste primeiro disco.
Los Hermanos vendeu 2 milhões de cópias e a banda cumpriu uma agenda lotada de shows e especiais.
Em 2001, com o fim da gravadora Abril, e a incerteza que rondava o futuro, eles acabaram também demitindo Patrick e passaram a ser um quarteto. Foi a partir daí que Kassin, entrou na história do Los Hermanos. Ele gravou os baixos de Bloco do Eu Sozinho.
Produzido por Chico Neves, Bloco do Eu Sozinho é certamente o marco na história deste grupo. Foi com este disco que a banda trilhou o seu futuro. Ele foi o divisor de águas na carreira destes rapazes. Mesmo não agradando a gravadora, que esperava algo mais comercial, Bloco do Eu Sozinho é considerado para muitos, um dos melhores trabalhos da última década.
As agendas esvaziaram, as vendas encalharam, mas o respeito obtido com este trabalho foi de extrema importância para história da banda. E a partir deste, começou a existir o tal culto por parte dos fãs.
Isso fez com que a ansiedade para o próximo disco fosse tamanha, tanto por parte de crítica, como pelos fãs.
Ventura, lançado em 2003, superou todas as expectaticas. Considerado pela maioria dos fãs como o melhor disco da banda, este trabalho foi o responsável pela consolidação do grupo. O Los Hermanos passou a obter uma cultuada procura por seu nome. Todos os shows estavam lotados e seus fãs, tratavam a banda com um messianismo comparado por muitos, ao mesmo obtido na época da Legião Urbana. O disco foi produzido por Kassin, que acabaria ocultamente, se tornando o quinto hermano. Isso, lógico, sem falar no trio de metais.
O Sucesso da turnê foi tão grande, que eles resolveram lançar o primeiro DVD ao vivo da carreira. Gravado no Rio de Janeiro, o Cine Íris foi apertado para o público que lá esteve.
Respeitados por crítica e público e com uma legião de seguidores invejável, o Los Hermanos lançou o quarto disco da carreira sem nenhuma pressão nos ombros. 4(2005) é certamente o disco mais introspectivo da banda. E mesmo sendo muito bem aceito pela mídia, ele dividiu os fãs. Aqui a diferença entre Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante já estava explícita. O disco parece dividido em duas partes: As músicas de Camelo e as de Amarante, tamanha a diferença musical entre os dois. Mesmo assim foi disco de ouro.
Parecendo já advinhar o que aconteceria futuramente, uma coletânea da banda foi as lojas no fim do ano passado. A edição PERFIL Los Hermanos, traz um apanhado dos maiores sucessos do grupo no período entre 1999-2005.
DISCOGRAFIA COMENTADA
Los Hermanos (1999) - O disco de estréia do grupo foi um estouro. Carregado pelos hits explosivos "Anna Julia", "Primavera" e "Quem Sabe", o Los Hermanos tornaram-se conhecidos e "da moda". Mas o que muita gente não sabia, era que Los Hermanos tinha um caráter artístico fortemente injetado em seu hardcore. O tal emocore de hoje em dia, é algo lapidado neste disco. As letras eram verdadeiras poesias e os metais se encaixavam perfeitamente com a distorção das guitarras. Clássicos como "Pierrot" e "Descoberta" provam que eles ainda tinham muito o que mostrar.
Bloco Do Eu Sozinho (2001) - Sedentos por mudança, o Los Hermanos conseguiu a sua "obra-prima" neste Bloco do eu sozinho. O título do disco, muito bem escolhido, trouxe o espírito do disco estampado na capa. Logo na abertura do CD, "Todo Carnaval tem seu fim", mostra que aquela tietagem tinha ficado para trás. A quarta-feira de cinzas é aqui. Rodrigo Amarante, muito mais presente na banda, conseguiu demonstrar o seu talento. Músicas como "Retrato pra iáiá" e a "Sentimental", traziam uma melodia mais densa do que no primeiro trabalho, mas a riqueza dos versos ainda estavam aqui contidos. A partir daqui, o Los Hermanos conseguia adquirir um respeito que muitos artistas almejam. E Bloco do Eu sozinho, tornou-se um dos pilares da última década.
Ventura (2003) - Sem a preocupação em buscar uma identidade, ou de provar algo para alguém. A banda perpetuou o trabalho mais bem resolvido de toda a sua história.Ventura é uma união de todos os elementos presentes na carreira deste grupo. Aqui, os detalhes são mais explorados e a beleza vence no final. Clássicos como "O Vencedor" e "Último Romance" mostravam que a banda tinha conseguido atingir de novo as rádios sem precisar fugir de sua sonoridade. E fizeram certamente o disco mais característico deles. Aqui estão as melhores letras, as melhores melodias e o mais longo trabalho. Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo se completam neste grande álbum. Se há alguma palavra que possa definir com mais intensidade toda arte, toda euforia e todo culto por Los Hermanos, essa palavra é Ventura.
4 (2005) - Com o campeonato já garantido, o Los Hermanos deixou à vontade seus dois compositores principais. E eles, fizeram em 4, o que achavam melhor. Aqui está um disco dividido entre a veia "popular brasileira" de Marcelo Camelo e a visão britpop de Rodrigo Amarante. Talvez por isso, as músicas compostas pelo segundo, mexeram mais com a legião hermânica. Petardos como "O Vento" e "Condicional", ajudaram o álbum a ganhar rápido, rápido, o disco de ouro. A melancolia das letras e a levada introspectiva das canções, fez com que muitos considerassem este disco, "grande arte", comparando-os até com o cultuado Radiohead.
Bloco Do Eu Sozinho (2001) - Sedentos por mudança, o Los Hermanos conseguiu a sua "obra-prima" neste Bloco do eu sozinho. O título do disco, muito bem escolhido, trouxe o espírito do disco estampado na capa. Logo na abertura do CD, "Todo Carnaval tem seu fim", mostra que aquela tietagem tinha ficado para trás. A quarta-feira de cinzas é aqui. Rodrigo Amarante, muito mais presente na banda, conseguiu demonstrar o seu talento. Músicas como "Retrato pra iáiá" e a "Sentimental", traziam uma melodia mais densa do que no primeiro trabalho, mas a riqueza dos versos ainda estavam aqui contidos. A partir daqui, o Los Hermanos conseguia adquirir um respeito que muitos artistas almejam. E Bloco do Eu sozinho, tornou-se um dos pilares da última década.
Ventura (2003) - Sem a preocupação em buscar uma identidade, ou de provar algo para alguém. A banda perpetuou o trabalho mais bem resolvido de toda a sua história.Ventura é uma união de todos os elementos presentes na carreira deste grupo. Aqui, os detalhes são mais explorados e a beleza vence no final. Clássicos como "O Vencedor" e "Último Romance" mostravam que a banda tinha conseguido atingir de novo as rádios sem precisar fugir de sua sonoridade. E fizeram certamente o disco mais característico deles. Aqui estão as melhores letras, as melhores melodias e o mais longo trabalho. Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo se completam neste grande álbum. Se há alguma palavra que possa definir com mais intensidade toda arte, toda euforia e todo culto por Los Hermanos, essa palavra é Ventura.
4 (2005) - Com o campeonato já garantido, o Los Hermanos deixou à vontade seus dois compositores principais. E eles, fizeram em 4, o que achavam melhor. Aqui está um disco dividido entre a veia "popular brasileira" de Marcelo Camelo e a visão britpop de Rodrigo Amarante. Talvez por isso, as músicas compostas pelo segundo, mexeram mais com a legião hermânica. Petardos como "O Vento" e "Condicional", ajudaram o álbum a ganhar rápido, rápido, o disco de ouro. A melancolia das letras e a levada introspectiva das canções, fez com que muitos considerassem este disco, "grande arte", comparando-os até com o cultuado Radiohead.
Bruno Eduardo
Um comentário:
Estive lendo dentro do site que vc escreve e vc informa que que um
dos grupos de vanguarda dos anos 90/2000 está se separando.
Acredito que por ter 2 expoentes na mesma banda isso , em breve dará frutos com 2 novos grupos ou tendencias.
Eu fiquei pensando, quantos grupos, compositores, interpretes e cantores passaram por essa mudança que é natural pois o ser humano amadurece e com o tempo tende a mudar sua opinião e em geral tudo aquilo que ele concebe como o melhor, incluside o que canta, escuta e gosta de um modo geral.
E ai (não sei por que), me lembrei de uma musica , que tem a letra muito bem construida (pudera), e que me dá muita tristeza pela natureza da letra... mas é um poema as avesas...
'meu guri" de chico buarque - é a tradução da nobresa da alma de
uma bessoa ignorante que acredita piamente nas qualidades que ela
colocou em seu filho..
Vale a pena escutar e pensar como a Alma do ser humanos é tão
dificil de decifrar..
Tomaz
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